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Sobre as montanhas sinuosas
onde o redentor se assenta
cai calada
uma chuva fina.
*
A manhã úmida
apascenta os ruídos
da noite veloz.
*
A cidade sonolenta
rumoreja.
(Analice Martins)
Rumores da cidade (poema em construção)
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Arquivos Mensais:maio 2015
Acalanto
Para minha mãe, Ruth Maria Chaves Martins
A pedra lançada no rio
desdobra a água
em círculos.
*
Espelho feiticeiro que
expande o fato,
que se debruça em outro
e mais outro.
*
A memória desenrola,
em ondas,
seu carretel desenfreado
e sem bússola.
*
A imagem no centro
mergulha
e desaparece,
qual a pedra que afunda.
*
E deixa,
na superfície encrespada,
uma lembrança persistente:
clareira em água inquieta.
(Analice Martins)
Épica das manhãs
O mar gritou em mim
sua fúria
longínqua.
*
Lembrou-me que é,
na bravura das ondas,
que o nadador
esgrime.
*
O mar me amanheceu
– rouco e altivo –
no silêncio das manhãs
praieiras.
*
Soprou um som passarinho
na pele eriçada
de poros na escuta.
(Analice Martins)
Cromoterapia
Por todos os lados,
um verde incrédulo
atravessa janelas e paredes.
*
Come traças e ruínas,
deita luz
em corações silentes.
*
E grita uma alegria
espantalha.
(Analice Martins)